quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Folha de São Paulo questiona quantidade de bicicletas no Bike Rio

Hoje (20/02/2014), saiu na Folha uma reportagem de Paula Cesarino Costa, chamando atenção para um fato que eu já venho batendo na tecla aqui neste blog desde 2012, em relação à quantidade de bicicletas nos sistemas Samba, operados pela Serttel (Bike Rio, Bike Sampa, Bike Poa, Bike Santos, BikePE, Bike Salvador), especialmente o Bike Rio. Leia a matéria abaixo:

PAULA CESARINO COSTA
Laranjinhas
RIO DE JANEIRO - Eis que, em outubro de 2011, a cidade foi invadida por pontos laranjas que se moviam pelas ruas. Eram as bicicletas de aluguel, conhecidas de quem viaja pelo mundo, que começaram a rodar por calçadas e ciclovias.
Andar de bicicleta é um ótimo jeito de conhecer cidades bonitas como Paris, Londres e Rio de Janeiro. O Bike Rio é simples e barato. Basta um celular e um cartão de crédito à mão.
Mas um mistério ronda o sistema licitado pela prefeitura carioca e explorado pela empresa pernambucana Serttel, com patrocínio do banco Itaú (por isso a cor laranja...).
Em janeiro, por exemplo, um casal paulista e seus dois filhos passaram uma semana de férias no Rio. Diariamente tinham de passar por várias estações até conseguir retirar uma para cada um. Poderia ser em razão da lotação da cidade, em seu verão escaldante e sem chuva. Não parece.
Quem anda pelo Rio, a qualquer hora e em qualquer dia, em busca de laranjinhas vê poucas delas disponíveis nas estações. Por contrato, são 60 estações espalhadas em 14 bairros, com vaga para 600 bicicletas.
No ano passado, a parceria foi renovada por cinco anos, com ampliação de 200 novas estações, levando a uma oferta para 2.600 bicicletas.
Folha fez um levantamento, via aplicativo Bike Rio, de quantas bicicletas estavam disponíveis em quantas estações, durante sete diferentes dias e horários. Em nenhuma ocasião registrou-se mais de 50 estações em funcionamento e nunca se chegou a 200 bicicletas disponíveis para o uso. Por onde andariam tantas outras?
A prefeitura diz que se esforça para realizar a ampliação do sistema sem perdas na qualidade. Com a cidade envolta em obras viárias e congestionamentos, a bicicleta, mesmo que de forma lateral, passa a ser uma opção.
O sistema de aluguel de bicicletas está só começando. Como qualquer concessão pública, precisa ser fiscalizada para não acabar derrapando. <<

É divulgado e informado que o sistema opera com 60 estações e 600 bicicletas, um fato que, na prática, não se verifica. Na medida em que não há as 60 estações (várias foram removidas em razão das obras do metrô, 3 delas encontram-se no Parque Madureira, fora do eixo de operação do sistema, entre outras razões). Atualmente, a partir já deste ano de 2014, a situação se agravou, pois várias estações foram removidas para revitalização e reforma.

A questão que se impõe não é se as 600 bicicletas existem ou não. Elas de fato devem existir, porém, deve-se ter em mente que as próprias limitações impostas pelo Termo de Referência do Edital de licitação, que impede a ampliação das estações.

Logo, não há condições operacionais para que se introduza no sistema as prometidas 600 bicicletas de forma simultânea, sem que antes se faça uma readequação do tamanho das estações, aumentando das atuais 700 e poucas vagas, para pelo menos 1200 vagas, ampliando-se, assim, consideravelmente, as estações-tronco, ou seja, aquelas mais procuradas e movimentadas.

A Serttel deverá, no meu entender, fazer um esforço junto à Prefeitura do Rio, para conseguir a liberação da ampliação, sob pena de inviabilizar a introdução das futuras 2000 bicicletas prometidas para a próxima expansão.

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