quarta-feira, 24 de abril de 2013

Bike Rio - Upgrade nas laranjinhas à vista

Essa notícia saiu na Veja Rio:

Mais LARANJINHAS



O número de estações de aluguel de bicicletas, que desde 2011 puseram mais laranja nas cores da cidade, pode passar de sessenta para 260, com presença maior na Zona Sul, no Porto e na Barra. Esta será uma exigência do contrato que a prefeitura renovará em setembro, com nova operadora, ou mantendo a atual, a Serttel. O sistema de liberação da bike deve ser mudado, abrindo o uso do celular, inspirado no similar francês Vélib.








Comentários do Bike Pub:

Essa informação da Veja Rio é preliminar e ainda não foi confirmada ou divulgada oficialmente pela Prefeitura do Rio, portanto, até que saia um novo Edital, o número de estações e bicicletas (novamente a relação equivocada 200 estações x 2000 bikes, tsc tsc tsc) é especulativo.

Quanto às demais informações, coincidentemente hoje - como este que vos escreve é usuário do sistema - foi recebida uma ligação do Bike Rio, consistindo numa espécie de pesquisa de satisfação, perguntando detalhes de uso do sistema e também "sondando" com o cliente a possibilidade de se liberar a bicicleta através de cartão Smart Card (estilo Bilhete Único).

É provável que no próximo edital a Prefeitura do Rio estabeleça que a liberação da bicicleta deve ser feita por outro meio além do celular, que é inconveniente para os não-residentes na cidade.

A única crítica que eu faço em relação à liberação através de Smart Card (ou qualquer outro meio, smark key, cupom, etc.) é que se possa escolher efetivamente a bicicleta que se deseja retirar. Essa ideia de instalar uma única catraca na estação e não dar a opção do usuário escolher qual bicicleta deseja é absurda e ridícula. 

Em qualquer lugar do mundo, mesmo nos sistemas mais avançados como o Barclays (Londres), Bixi (Montreal), Capital Bike Share (Washington), Hubway (Boston), Deco Bike (Miami Beach), B-Cycle (Denver) etc., há bicicletas disponíveis com estado de conservação deixando a desejar em algum ponto. As bicicletas não circulam 100% o tempo inteiro.

Logo, esse sistema deve permitir ao usuário escolher sempre qual a bicicleta ele deseja retirar. É absolutamente frustrante o sistema liberar aleatoriamente uma bicicleta qualquer, pior ainda se ela estiver com a regulagem do banco emperrada, com o freio desregulado, fazendo barulhos, pneu mal calibrados, etc.

Além do mais, há todo um processo de escolha da "bike ideal" na hora que se chega na estação para retirar a magrela! Um prazer muito particular que não deve ser retirado do usuário!



Goiânia: Falta de licitantes adia instalação de bicicletas públicas.




As bicicletas públicas que deveriam estar nas ruas de Goiânia em maio não estarão. Lançada em 28 de janeiro deste ano, a licitação da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivos (CMTC) não teve empresários interessados em concorrer e havia sido adiada para ontem. Antes de ser novamente considerado deserto, o edital foi suspenso para readequações. As inscrições só devem estar novamente disponíveis no final de maio e, caso alguma empresa decida participar da concorrência, as bicicletas devem ser colocadas para aluguel em setembro. 

O projeto inicial previa 60 estações com 10 bicicletas cada e também que a empresa vencedora instalasse sinalizações verticais e horizontais, indicando ciclo-rotas. De acordo com o coordenador dos processos de corredores preferenciais e bicicletas públicas da CMTC, Domingos Sávio Afonso, algumas mudanças serão feitas neste sentido. “Queremos que o número de bicicletas por estação seja modular, com disponibilidade segundo a demanda. Em algumas estações, a demanda será maior, em outras será menor”, completa.

No Rio de Janeiro, por exemplo, as rotas foram criadas antes de o serviço ser disponibilizado, com uma preparação estrutural. Aqui, as duas situações devem ocorrer de forma simultânea. Domingos afirma que as ciclo-rotas não são a maior prioridade e justifica, dizendo que, pela capital, mesmo sem ciclovias é possível ver ciclistas. A situação é criticada por movimentos, como o Pedal Goiano, que pedem não só mobilidade, mas segurança para quem opta pela bicicleta.

A sinalização, segundo o gerente, vai ser feita em parceria com a empresa vencedora e o poder público. Além disso, novas mudanças visam também proporcionar maior integração das bicicletas com outros meios de transporte. “Há pouco tempo, quando pensávamos em transporte tínhamos a ideia de ônibus, carros e motocicletas, hoje este conceito precisa ser revisto porque Goiânia já não suporta mais uma frota crescente”, disse Domingos.

A previsão do aluguel da bicicleta em Goiás é de 5 reais para usar a bicicleta durante uma hora ou mensalidade de 10 reais. Sobre as estações, a primeira fase do projeto contemplaria: Praça Cívica, Bosque dos Buritis, Parque Zoológico, Praça do Cruzeiro, Praça da Bíblia, Estação Rodoviária, Praça Bandeirante, Praça Tamandaré e outras duas na Praça Universitária, por onde passa a ciclovia, que até então segue pouco utilizada.

A empresa responsável, mediante a assinatura do contrato, terá de oferecer R$ 160 mil como garantia referente a 2% dos lucros oriundos da exploração de publicidade, que será padronizada nas estações, bicicletas e demais serviços. O limite do valor é de R$ 8 milhões.

Fonte: O Hoje

Comentários do Bike Pub:

Estranho não haver licitantes para explorar o serviço em uma capital. Algo deve estar realmente equivocado neste edital.

Interessante notarmos a repetição do equívoco esdrúxulo de relacionar quantidade de bicicletas com número de estações (60 estações com 10 bicicletas cada = 600 bicicletas). Essa "formulazinha", do ponto de vista técnico é irrelevante, sendo que o que conta para a boa fluidez do sistema não é a quantidade de estações e nem a quantidade de bicicletas, mas sim, a relação bicicletas x espaço disponível.

Por exemplo, se pretende-se criar um sistema para operar com 600 bicicletas, não importa o número de estações que ele vai ter, e sim, que nestas estações existam 1200 vagas para comportarem as 600 bicicletas pretendidas, ou seja, a relação ideal é sempre 2 vagas por bicicleta operando.

Assim, o sistema pode ter muito bem 100 estações, sendo umas menos movimentadas com 10 vagas, outras mais movimentadas com 30, de acordo com o estudo de demanda local, desde que ao final existam pelo menos 1200 vagas! Se tiver mais vagas o sistema pode comportar confortavelmente mais bicicletas.

Outro destaque seria quanto à exploração de publicidade. O sistema em si é economicamente inviável, já que não é capaz de gerar lucro apenas com o valor dos passes dos usuários, ele precisa ser subsidiado de alguma forma, e a mais usual é a exploração de publicidade. No edital isso deve estar bem claro, pois, do contrário, não haverá mesmo nenhum licitante.

Vamos aguardar que se façam as alterações devidas neste edital para que no próximo existam os concorrentes.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Florianópolis - Vem chegando o Floribike!

Finalmente saiu o Edital para a licitação da exploração do serviço de bicicletas públicas da capital catarinense. Veja na íntegra Baixe Aqui.

Com a publicação deste Edital, as três empresas pré-qualificadas concorrerão para a exploração do serviço público de transporte por bicicletas na cidade. Vencerá a empresa que apresentar o melhor projeto, de acordo com critérios pré-estabelecidos.

As três empresas que estão concorrendo são:

Serttel: Que gere os seguintes sistemas:
- Bike Rio
- Bike Sampa
- Bike Poa
- Bike Santos
- Integrabike (Sorocaba)

Brasil e Movimento: por meio da espanhola Moviment Barcelona, que é a operadora do sistema Bicing, que no brasil opera os seguintes sistemas:
- Viva Bike (Campinas)
- Sanca Bike (São Caetano do Sul)

- Aqui nesse ponto vale um esclarecimento: Algumas pessoas já me questionaram sobre o fato de a Bicing ser operada pela Clear Channel em Barcelona. Na verdade, a Clear Channel é o patrocinador do sistema, já que o negócio desta empresa é a publicidade, mas quem opera o serviço é a Moviment Barcelona. Tal como a Serttel opera os Bikes Rio e Sampa, sendo o Itaú apenas patrocinador.

M2 Engenharia: através da Compartibike, empresa que opera os seguintes sistemas:

- PedalUSP (Universidade de São Paulo - 2 estações e 16 bicicletas)
- Rivibike (Riviera de São Lourenço - 6 estações e 38 bicicletas)
- Ecobike (Indaiatuba - 3 estações e 100 bicicletas)
- Supervia (Bicicletários das estações ferroviárias no Rio de Janeiro - 4000 vagas)


Conhecidas as empresas concorrentes, vamos ao edital:

O primeiro ponto importante que destaco neste edital é o prazo. A empresa que vencer esta licitação irá gerir o serviço por 20 anos, podendo ser prorrogado. Interessante como a bicicleta pública, através de uma licitação de longo prazo, já entra de forma definitiva no planejamento do transporte público urbano. Não se trata mais, portanto, de um "projeto", mas, sim, de algo concreto e definitivo.

Em números, o sistema terá o seguinte tamanho:

112 estações

- 664 bicicletas
- 1328 posições

Não há limite máximo de posições nas estações, apenas o limite mínimo 7 posições, com a observação de que o ideal é o mínimo de 14 posições.

Estas estações serão divididas em 2 núcleos: 
67 estações e 405 bicicletas no Centro
45 estações e 266 bicicletas no Universitário.


Posição das estações no núcleo Central.




Posição das estações no núcleo Universitário



Interessante aqui registrar que, independente da quantidade de estações, o edital é muito acertado nos seguintes pontos:

1. Distância das estações não está superior a 300m. Bem diferente do que vem sido praticado pelos sistemas adotados aqui no Brasil, tanto pela Serttel quanto pela Brasil e Movimento. Em todos eles as distâncias são entre 300 e 1000m.

2. A distribuição do número de bicicletas de acordo com a capacidade das vagas na proporção de 2 pra 1, ou seja, para cada bicicleta existente no sistema, há a previsão do dobro de vagas. Novamente esse critério não é observado nas operadoras nacionais, o Bike Rio, por exemplo, possui 60 estações com um total de 768 vagas e diz-se operar com 600 bicicletas, o que é uma inverdade, por este sistema: http://bikes.oobrien.com/rio/ vemos que eles não têm condições de operar com mais de 350 bicicletas simultaneamente.

3. A divisão por núcleos é uma novidade, somente com a experiência é que se verificará como os usuários irão se comportar, é possível que as bicicletas do núcleo central migrem para o núcleo universitário em alguns horários do dia, ocasionando a escassez naquele núcleo específico o que gerará uma demanda logística por parte da operadora.


Outros detalhes do sistema:

Da bike:
- Mínimo de 7 marchas, não conheço a topografia da cidade de Florianópolis, mas se a região for plana, 3 marchas seria suficientes e permitiria o uso do cubo Nexus 3, que é muito superior ao sistema tradicional de 7 marchas.
- Peso Máximo de 18 kg
- Cesta para até 7kg

Assinaturas:
Tem que ter no mínimo 4 tipos de assinatura: Diário, Semanal, semestral e anual.
Valores máximos: 10 reais por dia; 30 reais por semana; 180 reais por semestre e 365 reais por ano.

Tarifa de uso da bicicleta:
- Até 40 minutos: gratuita
- Até 1 hora: 10 reais
- Até 1h30m: 20 reais 
- Até 2hs: 30 reais 


Para vencer a concessão, a empresa deverá fazer mais pontos, seguindo os critérios abaixo:

Metas da concessão:
67 estações e 405 bicicletas no Centro (nucleo 1)
45 estações e 266 bicicletas no Cidade Universitária (nucleo 2)
Execução do plano de mídia
Complementar a microrrede cicloviária de Floripa com 23.932m no Centro.


Horário de atendimento:
O edital fixa o  horário mínimo de funcionamento das 8h às 18hs, quanto maior o horário de funcionamento oferecido pela concorrente, maior a pontuação, por exemplo:

das 0h às 06h - 0,2 ponto
das 6h às 08h - 0,5 ponto
das 18h às 22h - 0,8 ponto
das 22h à 0h - 0,5 ponto.

Quem funcionar 24 horas, leva 2 pontos.

Informações oferecidas:
Quem oferecer as seguintes informações adicionais aos usuários, fatura mais pontos:
- Previsão do tempo 0,4 ponto
- Condições do trânsito 0,2 ponto
- Sugestão de rotas entre as estações 0,8 ponto
- informações de pontos de interesse nas imediações das estações 0,6 ponto.

Compartilhamento de informações:

Quem compartilhar informações para a integração com demais sistemas de transportes fatura 4 pontos (elevaria o sistema para a categoria de 4ª Geração).

Bicicletário público:

- Disponibilizar bicicletário público (para bicicletas particulares), com 20% das vagas previstas para aquela estação, no modelo aprovado pela Pró-Bici. 2,5 pontos se implantado em todas as estações ou proporcionalmente.


- Energia limpa
a cada 10% de energia limpa sobre o total de consumo = 0,4 ponto - máximo 4 pontos.

- Opções de idioma: 0,2 ponto por idioma limitado a 1 ponto.

- Das bicicletas:

- Timer/relógio que marque o tempo de uso na bicicleta, sendo iniciado quando a bicicleta é retirada
do suporte e zerado quando a mesma é devolvida ao suporte – 1 ponto.
- GPS na bicicleta com o mapa da cidade que auxilie o usuário a se deslocar pela mesma – 1
ponto;
- Sistema de trava antifurto para paradas rápidas – 4 pontos;
- Sistema de marchas (não cumulativo):
embutido no cubo – 4 pontos;
embutido no pneu – 2 pontos;
- Sistema de iluminação (não cumulativo):
por bateria – 2 pontos;
por dínamo ou tecnologia superior – 4 pontos;
- Descanso para bicicleta – 2 pontos
- Cestinha para até 7 kg – 4 pontos


Retirada e devolução:

- Métodos biométricos - 1,5 ponto
- Retirada através da colocação de dados no totem ou equivalente – 1 ponto;
- Cartão do sistema – 1 ponto;
- Sistema WAP – 0,5 ponto;
- Portal de voz – 0,5 ponto;
- Outros – 0,5 ponto po método.

- Oferecer tempos maiores de gratuidade ao usuário conforme padrão a seguir:

*45min – 1,0 ponto
*50min – 1,4 ponto
*60min – 1,8 ponto
*75min – 2,2 pontos
*90min – 2,5 pontos
*120min – 3,0 pontos

- Oferecer tempos menores de intervalo ao usuário, conforme padrão a seguir:
*18min – 0,7 ponto
*15min – 1,2 pontos
*12min – 1,6 ponto
*10min – 2,0 pontos
*8min – 2,3 pontos
*5min – 2,6 pontos
*0min – 3,0 pontos

- Oferecer estacionamentos próprios do sistema:

- Unimodulares ou bimodulares – 2 pontos
- Com três a cinco módulos – 1 ponto
- Acima de cinco módulos – 0 ponto


O que dará mais pontos, no final, será o preço das viagens:

As empresas estão obrigadas a oferecerem, ao menos, quatro modalidades de planos de uso: diário, semanal, semestral e anual. Para fins de pontuação, serão comparados os valores dos planos semanal
(pontuação máxima: 3,0 pontos) e anual (pontuação máxima: 10,0 pontos).

O menor valor ofertado por empresa ao plano anual receberá a pontuação máxima (10,0 pontos). As demais receberão pontuação comparativa entre o preço ofertado e o valor máximo permitido (R$365,00).

A fórmula, para fins de pontuação, será:

PAn(x) = 10,0 – 10,0 * [V(x) – Vmín] / [365 – Vmín]

Sendo: PAn(x) a pontuação que a empresa X irá receber; V(x) o valor ofertado pela empresa C; e Vmín o menor valor ofertado dentre as empresas concorrentes.

O menor valor ofertado por empresa ao plano semanal receberá a pontuação máxima (3,0 pontos). As demais receberão pontuação comparativa entre o preço ofertado e o valor máximo permitido (R$30,00).

A fórmula, para fins de pontuação será:

PSem(x) = 3,0 – 3,0 * [V(x) – Vmín] / [30 – Vmín] 

Sendo: PSem(x) a pontuação que a empresa X irá receber;
V(x) o valor ofertado pela empresa C; e Vmín o menor valor ofertado dentre as empresas concorrentes.


Basicamente é isso que se tira de um edital super completo, com 64 páginas.
A definição acontecerá no dia 9 de maio de 2013, quando então saberemos a empresa vencedora da licitação e exatamente o modelo final que será implantado.

Vamos aguardar!