quarta-feira, 24 de abril de 2013

Goiânia: Falta de licitantes adia instalação de bicicletas públicas.




As bicicletas públicas que deveriam estar nas ruas de Goiânia em maio não estarão. Lançada em 28 de janeiro deste ano, a licitação da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivos (CMTC) não teve empresários interessados em concorrer e havia sido adiada para ontem. Antes de ser novamente considerado deserto, o edital foi suspenso para readequações. As inscrições só devem estar novamente disponíveis no final de maio e, caso alguma empresa decida participar da concorrência, as bicicletas devem ser colocadas para aluguel em setembro. 

O projeto inicial previa 60 estações com 10 bicicletas cada e também que a empresa vencedora instalasse sinalizações verticais e horizontais, indicando ciclo-rotas. De acordo com o coordenador dos processos de corredores preferenciais e bicicletas públicas da CMTC, Domingos Sávio Afonso, algumas mudanças serão feitas neste sentido. “Queremos que o número de bicicletas por estação seja modular, com disponibilidade segundo a demanda. Em algumas estações, a demanda será maior, em outras será menor”, completa.

No Rio de Janeiro, por exemplo, as rotas foram criadas antes de o serviço ser disponibilizado, com uma preparação estrutural. Aqui, as duas situações devem ocorrer de forma simultânea. Domingos afirma que as ciclo-rotas não são a maior prioridade e justifica, dizendo que, pela capital, mesmo sem ciclovias é possível ver ciclistas. A situação é criticada por movimentos, como o Pedal Goiano, que pedem não só mobilidade, mas segurança para quem opta pela bicicleta.

A sinalização, segundo o gerente, vai ser feita em parceria com a empresa vencedora e o poder público. Além disso, novas mudanças visam também proporcionar maior integração das bicicletas com outros meios de transporte. “Há pouco tempo, quando pensávamos em transporte tínhamos a ideia de ônibus, carros e motocicletas, hoje este conceito precisa ser revisto porque Goiânia já não suporta mais uma frota crescente”, disse Domingos.

A previsão do aluguel da bicicleta em Goiás é de 5 reais para usar a bicicleta durante uma hora ou mensalidade de 10 reais. Sobre as estações, a primeira fase do projeto contemplaria: Praça Cívica, Bosque dos Buritis, Parque Zoológico, Praça do Cruzeiro, Praça da Bíblia, Estação Rodoviária, Praça Bandeirante, Praça Tamandaré e outras duas na Praça Universitária, por onde passa a ciclovia, que até então segue pouco utilizada.

A empresa responsável, mediante a assinatura do contrato, terá de oferecer R$ 160 mil como garantia referente a 2% dos lucros oriundos da exploração de publicidade, que será padronizada nas estações, bicicletas e demais serviços. O limite do valor é de R$ 8 milhões.

Fonte: O Hoje

Comentários do Bike Pub:

Estranho não haver licitantes para explorar o serviço em uma capital. Algo deve estar realmente equivocado neste edital.

Interessante notarmos a repetição do equívoco esdrúxulo de relacionar quantidade de bicicletas com número de estações (60 estações com 10 bicicletas cada = 600 bicicletas). Essa "formulazinha", do ponto de vista técnico é irrelevante, sendo que o que conta para a boa fluidez do sistema não é a quantidade de estações e nem a quantidade de bicicletas, mas sim, a relação bicicletas x espaço disponível.

Por exemplo, se pretende-se criar um sistema para operar com 600 bicicletas, não importa o número de estações que ele vai ter, e sim, que nestas estações existam 1200 vagas para comportarem as 600 bicicletas pretendidas, ou seja, a relação ideal é sempre 2 vagas por bicicleta operando.

Assim, o sistema pode ter muito bem 100 estações, sendo umas menos movimentadas com 10 vagas, outras mais movimentadas com 30, de acordo com o estudo de demanda local, desde que ao final existam pelo menos 1200 vagas! Se tiver mais vagas o sistema pode comportar confortavelmente mais bicicletas.

Outro destaque seria quanto à exploração de publicidade. O sistema em si é economicamente inviável, já que não é capaz de gerar lucro apenas com o valor dos passes dos usuários, ele precisa ser subsidiado de alguma forma, e a mais usual é a exploração de publicidade. No edital isso deve estar bem claro, pois, do contrário, não haverá mesmo nenhum licitante.

Vamos aguardar que se façam as alterações devidas neste edital para que no próximo existam os concorrentes.

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