quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Recife, terra natal da Serttel, finalmente implantará seu Bike Share

Baseado no mesmo modelo implantado nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, Recife, que abriga a sede da empresa Serttel, que é a justamente quem gere e administra todos os sistemas Bike Rio, Bike Sampa, Bike Poa, Integrabike (Sorocaba), agora prepara-se para receber o seu sistema público de aluguel de bicicletas, que será gerido por esta mesma empresa.

Projeto de compartilhamento de bicicletas terá est
Modelo será similar aos implantados no Rio, Sampa e Porto Alegre.

De acordo com a Prefeitura de Recife serão 10 estações e 100 bicicletas, com isso, a prefeitura pretende alcançar a marca de 2 mil usuários em 2 anos e promover a mudança na cultura de mobilidade do reficense, reduzir o congestionamento e acidentes de transito... blá blá blá blá (Fonte: http://www.mobilize.org.br/noticias/3184/convenio-garante-bicicletario-em-tres-bairros-do-recife.html)

Convenhamos, se a meta de qualquer prefeitura de uma capital como Recife, é justamente uma mudança de cultura, deveria ter mais coragem e apresentar um plano REALMENTE coerente com tal pretensão e não apresentar um projeto medíocre, que qualquer pessoa com o mínimo de conhecimento em sistemas de bike share sabe que são fadados ao insucesso, pois o sistema se sustenta pela sua abrangência, oferta e segurança.

Enfim, apenas 10 estações e 100 bicicletas e uma meta risível de alcançar a marca de 2 mil usuários em 2 anos (como se fosse algo realmente grandioso!!!) não faz a menor diferenças para os usuários, para o cidadão, para o transito, para a mudança de comportamento, para nada! Faria se a cidade tivesse 7 mil habitantes!

É só uma manobra política muito tola e pueril! Para incluir o nome da cidade entre aquelas que possuem bike share... já que o sistema está na moda e todas as grandes cidades do mundo estão implantando, pois é trata-se do futuro da mobilidade em pequenos trajetos nas grandes cidades.

Está na hora das autoridades de trânsito criarem coragem para fazer algo que realmente faça diferença para os seus cidadãos e comecem a pensar grande e não menosprezar a capacidade ciclística de suas cidades. O potencial é muito maior do que se imagina e a população em geral deseja isso, apenas não está acostumada com a idéia do plano cicloviário tornar-se massificado.

Querem um sistema de bike share que realmente faz alguma diferença, se inspirem então nesses aqui:

Londres: http://bikes.oobrien.com/london/
Barcelona: http://bikes.oobrien.com/barcelona/
Montreal: http://bikes.oobrien.com/montreal/

Ahh tahh!!! Esses acima são sistemas instalados em cidades de primeiro mundo! Coisa chique! Lá na Europa e no Canadá o povo é mais civilizado, tem uma cultura de bicicleta mais disseminada que a nossa! O clima permite!!! (pensamento mais equivocado, impossível, qualquer um sabe que pedalar no frio ou na neve é infinitamente pior do que pedalar no calor tropical! Sem contar que Londres chove o ano inteiro!).

Pois é, tinha esquecido do famoso "complexo de vira-lata" do brasileiro, e por isso vou citar o exemplo do México...  que é tão 3o mundo quanto o Brasil, se não mais, para aqueles que pensam que a Europa e a América do Norte são padrões elevados demais...

Cidade do México: http://bikes.oobrien.com/mexicocity/
Guadalajara: http://bikes.oobrien.com/guadalajara/

Só pra arrematar, não há necessidade de se fazer projetos pilotos ou projetos medíocres (covardes, com medo de dar errado), o sistema já demonstrou ser absolutamente viável em todas as cidades onde ele foi implantado de forma séria, técnica e coerente (e não política).

O estudo para instalar um sistema de bike share deveria ser levado tão a sério quanto a concessão da operação de uma linha de ônibus, onde cada estação representa um ponto de ônibus e cada bicicleta uma potencial viagem pelo usuário, daí implanta-se mais ou menos estações de acordo com a área aonde a "linha" passará, dimensionando-a de acordo com o movimento de cada ponto.

Porém, a Tranport For London já fez seu estudo (já postei isso aqui no blog, mas não custa repetir), e concluiu que o sistema para ser viável necessita dos seguintes requisitos básicos: 8 estações por km², uma não mais distante do que 300m da próxima, distribuída numa área de grande densidade populacional e num raio que não ultrapasse 30km. O resto é a qualidade do nível de serviço.

Receitinha básica de bolo mesmo, mas que resume bem o que é necessário para o sistema funcionar!

2 comentários:

  1. Concordo plenamente!
    Sou do Rio de Janeiro, e esta é a segunda vez que implementam este sistema. Na primeira vez eram umas 6 estações, praticamente uma por bairro. Resultado, fiasco total...
    Já na segunda vez, colocaram varias estações por bairro, se não com uma a cada 300m algo bem perto disso. esta segunda vez foi dividida em 2 partes, na primeira, o sistema de trava das bikes tinha problema e algumas foram roubadas. retiraram tudo e rapidamente voltou a funcionar já com a melhoria.
    Acredito que o maior problema seja fazer igual ao daqui. o ideal é fazer baseado com o daqui, e solucionando os erros do sistema, entre eles o horario restrito de funcionamento. 6-22hs

    Pior ainda é em SP, querem colocar 3 patrocinadores e cada um com seu sistema.
    Abç
    Vinil

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  2. Vinil,
    Verdade, eles precisam evoluir e aprenderem com os erros, mas não é bem isso que temos visto. Eu também sou do Rio e me lembro da imlantação do Pedala Rio (sistema anterior, mas que é essencialmente o mesmo do Bike Rio), e digo que a única mudança que eles fizeram e que foi fundamental foi o patrocínio do Banco Itaú.

    O horario restrito é o menor dos problemas do Bike Rio.

    Pois é, SP em vez de aproveitar a vantagem de ter 3 patrocinadores disputando e implantar um sistema igual ao de Londres, quem paga mais leva! mas eles têm medo de bicicleta, estão com essa idéia doida de ciclofaixa de lazer aos domingos e não estão muito avançados nisso.

    enfim.

    Abçs.

    Rodrigo

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