Depois do Rio e de São Paulo, Porto Alegre anuncia a implantação do seu sistema público de aluguel de bicicletas, que começa já a funcionar no próximo dia 22 de setembro, Dia Mundial Sem Carro.
A empresa que implantará o sistema é a mesma que opera o Bike Rio e o Bike Sampa, Serttel.
O plano para Porto Alegre é o menos ambicioso se comparado com os do Rio e de São Paulo e consiste na instalação de 40 estações com 6 a 10 vagas, e 400 bicicletas ao todo, a serem entregues até março de 2013.
O serviço começará pelo Centro da Cidade a partir de 22 de
setembro, data marcada pelo Dia Mundial Sem Carro, com 5 estações, instaladas no Mercado Público, Casa de Cultura Mário
Quintana, Usina do Gasômetro, Praça da Matriz e Câmara de Vereadores de
Porto Alegre.
Até 30 de outubro serão entregues mais 10 estações e em 20 de
dezembro mais 20 estações. As demais estão previstas para março e abril
de 2013. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a
Pontifícia Universidade Católica do RS (PUCRS) também receberão estações.
Em princípio o sistema não conta com um patrocinador, e deve ser custeado pela própria prefeitura de Porto Alegre, através da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).
Para o usuário, as tarifas serão as mesmas praticadas no Rio de Janeiro e em São Paulo, passes mensal e diário no valor de R$ 10,00 e R$ 5,00, respectivamente, sendo que não serão cobradas taxas adicionais caso a bicicleta não seja entregue fora do prazo.
Fonte: Sul 21
Algumas críticas minhas ao modelo adotado em Porto Alegre:
Esse modelo de Porto Alegre pode estar fadado ao fracasso pela sua pouca abrangência. O sistema para funcionar precisa ser amplo e estar disponível para as pessoas não apenas nos seus locais de origem e destino, mas também durante o trajeto. Caso contrário, apenas poucos usuários corajosos e eventuais se arriscarão a usar um serviço que não é abrangente suficiente para lhe oferecer uma disponibilidade segura.
Mas a pior falha, e que pode arruinar totalmente o sistema, no entanto, está no fato de não haver cobrança extra para usuários que utilizam a bicicleta por mais de 1 hora (como no caso do Rio - em São Paulo, Londres e Paris são 30 minutos). Isso abre brecha para que o usuário simplesmente fique com a bicicleta por tempo indeterminado, retirando-a do ciclo de compartilhamento, o que ocasionará, assim, a indisponibilidade das bicicletas.
A idéia do sistema é que o usuário perceba estar usufruindo de um bem público que deve ser compartilhado e preservado, e na medida em que ele pode dispor da bicicleta durante o tempo que ele quiser, sem a cobrança de taxa extra, isso pode passar a idéia errada de que a bicicleta não pertence a ninguém, portanto, estará incentivando a sua retirada do ciclo de compartilhamento e até mesmo a depredação e o vandalismo.
É um erro fatal e esperamos que seja revisto, pois é fácil verificar que se trata de uma tentativa da Prefeitura de atrair mais usuários ao sistema, mas que pode ser um verdadeiro tiro no pé, pois é justamente o que também poderá levá-lo à ruína.
Um outro equívoco menor, mas que é facilmente sanável é o pequeno número de vagas nas estações, 6 a 10 é um número muito reduzido em qualquer escala, e nas estações mais movimentadas representará um problema logístico para empresa operadora, que deverá fazer constantes reposições de bikes. O ideal é ter um número entre 15 e 20 vagas nas estações mais movimentadas e 10 a 15 nas menos movimentadas e deixar estes números sempre em aberto para adaptações de acordo com a demanda de cada local específico, o que se verificará apenas na prática.
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